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Engenheira transforma Fusca em carro elétrico




A jovem que adorava as disciplinas de Exatas quando criança tornou-se a primeira mulher a criar um Fusca 100% elétrico. Sem condições de adquirir um carro elétrico no país, a Eng. Telecom. Aline Santos realizou seu sonho criando seu próprio veículo movido a eletricidade com a transformação de um Fusca de 1972. Exemplo de inovação e empreendedorismo feminino, a engenheira foi entrevistada em uma “live” pelo presidente do Crea-SP, o também Eng. Telecom. Vinicius Marchese, realizada na quinta-feira (9/03).

Diretora da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei) e fundadora da startup MeuVeb, a profissional é especialista em energia solar fotovoltaica e pioneira na instalação de carregador de carro elétrico no Espírito Santo. O projeto do Fusca lhe rendeu o Prêmio Ecologia em 2018 e um destaque na mídia nacional.


A engenheira contou como surgiu a ideia e suas principais dificuldades para transformar o veículo. “Trabalhando com energia solar fotovoltaica, senti a necessidade de inovar no setor buscando alguma novidade para apresentar aos meus clientes. Foi então que, pesquisando fora do país, vi carros estacionados em um posto de combustível, com carregamento por sistemas de energia solar. Me apaixonei pela ideia de ter um carro elétrico, no entanto, na época, o valor para aquisição era muito alto, mais de R$ 200 mil. Decidi transformar um que estivesse em minhas condições e que todos gostassem”, lembrou.

Para a transformação do carro popular, foi necessário importar uma bateria. “Foram muitos obstáculos, mas a parte mais difícil foi adquirir a bateria. Os carros elétricos utilizam modelos que não encontramos no país, então tive que importar uma bateria de lítio ferro fosfato para adaptar no Fusca. Já as outras peças foram reaproveitadas”, explicou.

Sobre os desafios enfrentados por uma mulher em um mercado majoritariamente masculino, Aline revelou, que embora tenha tido sucesso na profissão, recebeu notoriedade de seus clientes após a divulgação na mídia. “Durante o curso de Engenharia, eu senti um cuidado por parte dos colegas que queriam sempre me proteger. No entanto, dos clientes da minha empresa, sempre sentia uma desconfiança deles ao fazer uma visita técnica. Depois que o projeto com o Fusca saiu em jornais e revistas, os clientes passaram a me procurar”, observou Aline, lamentando a situação: “Infelizmente é uma realidade que nós mulheres vivemos no dia a dia, a desconfiança da nossa capacidade”, frisou.


O presidente Vinicius Marchese enfatizou que casos assim não deveriam mais acontecer e que o Crea-SP repudia a discriminação com as profissionais mulheres. “A igualdade no exercício profissional é uma questão que não precisaria mais ser discutida, mas, infelizmente, a sociedade mostra que ainda precisamos evoluir muito para alcançar a equidade de gênero no mercado de trabalho. Aline teve que provar sua competência para ser aceita e precisou sair na mídia para ser notada”, pontuou.

Para corrigir essas distorções, homenagear as mulheres e demonstrar a importância que possuem para a área tecnológica, o Crea-SP organizou uma programação especial para o mês de março. Além de realizar um workshop sobre liderança do futuro, com foco na atuação feminina, o Conselho inaugurou – com Aline – uma série de lives para entrevistar mulheres que se destacam no mercado de trabalho, seja em um ambiente acadêmico ou empreendedor. “Todas essas ações visam valorizar as profissionais para que elas sempre sejam destaques nas Engenharias, Agronomia e Geociências”, finalizou Marchese.

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