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A engenharia na Estação Comandante Ferraz na Antártica


A Estação Antártica Comandante Ferraz, base militar e de pesquisa brasileira na Antártica, foi reinaugurada depois de um incêndio há oito anos. O complexo é de mais de 4,5 mil m² e possui três módulos principais que contam com 17 laboratórios. A estação é administrada pela Marinha e recebe pesquisadores especializados em meteorologia, microbiologia, química, oceanografia, dentre outros.

A Estação Antártica Comandante Ferraz, instalada na ilha Rei George, recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), que a gente já mencionou por aqui ao falar do Criosfera 1, uma estação autônoma para coleta de dados.

A engenharia da Estação Antártica

Um dos destaques do novo prédio é da própria perspectiva da engenharia. No caso, além de precisar suportar ventos de até 200 km/h e temperaturas exageradamente baixas, a Estação Antártica Comandante Ferraz inclui diversas iniciativas sustentáveis, especialmente no que tange à energia e aos materiais de construção. O vídeo abaixo, do Estúdio 41, mostra uma visão do projeto, por dentro e por fora.

A base brasileira na Antártica é modular e toda a estrutura é desmontável e reciclável. Isso é fundamental, considerando que a construção exigiu transportar tudo de navio e não é uma viagem fácil, principalmente perto da Passagem de Drake, o famoso “mar mais perigoso do mundo”, que já afundou 800 embarcações. Tudo precisa ser amarrado nos navios e gera uma condição de enjoo muito grande, em função dos fortes ventos e ondas que podem chegar a 12,5 m. É uma aventura só para chegar na própria Antártica. Considerando isso e os impactos do transporte, os acabamentos foram feitos no local.

O navio que levou a maior parte dos pesquisadores foi o Almirante Maximiano, carinhosamente apelidado de Tio Max. A reinauguração da Estação Antártica brasileira é hoje (15), mas foi necessário realizar esse trajeto em diversas expedições, levando pesquisadores e militares para coletas de dados de solo, água, dentre outros.

Tio Max conta com cinco laboratórios preparados para auxiliar cada projeto de pesquisa e realizou pitstops em portos de altas latitudes, como Punta Arenas, no Chile e o porto de Ushuaia, na Argentina, a porção de continente mais austral do globo possível de acessar a pé.

Quanto à energia, a Estação Comandante Ferraz conta com painéis fotovoltaicos e geradores eólicos. Vento na Antártica nós sabemos que tem demais, mas a gente ficou com certa dúvida sobre a energia solar no inverno, em que há poucas horas de iluminação e muito espalhamento de luz.

Sem lixo na Antártica

O que impressionou também foi o manejo de resíduos sólidos, que sabemos ser um problema até mesmo no Brasil, mas que foi tido com cuidado na Antártica. Todo o resíduo produzido é separado para reciclagem e vai retornar ao Brasil para tratamento e manejo.

Sendo uma região isolada, também há desafios voltados ao tratamento de água, esgotamento e tratamento dos efluentes gerados na base. Mas, segundo a divulgação, toda a concepção dos sistemas de saneamento locais foi realizada com o intuito de gerar o mínimo impacto possível. Isso é tido como uma consciência moral de conservação do meio ambiente, e também em função de toda a Antártica apresentar um potencial imensurável a ser explorado com respeito.

As pesquisas em solo antártico

A exploração dos potenciais da Antártica pode aumentar o arcabouço desde a descoberta de fungos com propriedades antibióticas que permitam vencer bactérias resistentes, até a descoberta de novos materiais com propriedades anticongelantes, baseados na flora local adaptada a condições extremas. É um grande trabalho investigativo que pode levar a muitas novidades em que a tecnologia se inspira e imita a natureza.

Além disso, é preciso valorizar a pesquisa brasileira, que vive suas dificuldades, tanto em solo nacional, quanto em condições extremas, como na Antártica. O vídeo abaixo, do professor Paulo Câmara, da Universidade de Brasília, UnB, mostra um pouquinho de como é pisar no solo mais austral do planeta, no verão, em que as temperaturas são de, em média 1°C.

Texto: Kamila Jessie

Foto: Marinha do Brasil

Fontes: Agência Brasil. Folha. G1. G1.

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